domingo, 26 de junho de 2011
Lembro como se fosse ontem. Ela entrou no carro e logo pegou um livro pra ler. As frenagens e arrancadas constantes não permitiam que ela se concentrasse, de jeito nenhum. Encostou a cabeça no vidro e tentou manter os olhos fixos no livro, não queria se perder. Mas se perdeu. Se perdeu no exato momento em que seus olhos se cruzaram com os olhos do céu, daquele azul claro mesclado com o branco algodão-doce das nuvens, que naquele dia se encontrava especialmente mais vivo por causa do sol forte. Reparou que as nuvens brincavam com ela. Uma hora estavam lá, e logo depois, já não as via. E como as nuvens, seus pensamentos foram passeando por todas as coisas já vividas, como em uma longa avenida do tempo. Foi aí que seu pensamento estacionou em uma parte do seu passado que ela preferia não lembrar. Um passado nem tão recente, mas nem tão passado assim. Algo que ela preferia que ficasse no seu ‘pretérito’ não por não ter sido bom. É que o durante foi, mas o fim não. Só deixou medo, desconfiança, insegurança e tantas outras coisas que ela lutou por todo esse tempo pra superar. De certa forma, foi fácil. Mas mesmo assim, ainda resta aquele pouquinho lá no fundo. Pouquinho esse que ela sempre acaba esbarrando quando se perde nos seus pensamentos. Pouquinho esse que as vezes pode ter feito com que ela perdesse uma oportunidade que jamais voltará. Mas também é o mesmo pouquinho que acaba de salvá-la de mais uma decepção, de novo. E de novo, futuramente. E o livro ficou aberto, naquela mesma página, que dizia que as coisas acontecem quando menos esperamos, quando tudo parece tranqüilo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário